1 punhado de vazio,
1 bocado de insatisfação,
1 tanto de sufocamento,
1 pedaço de coração aflito.
Uma dose de melancolia,
outra, de isolamento;
1 pouco de carência,
resultante do desalento
provocado pela ausência
de motivos para contentamento.
1 resquício de amargura,
embaralhada com ansiedade,
permutada em desatino
confundido com pirraça.
1 caminhão de desejos,
outro de virtualidade,
outro de imbecilidade,
com mais um de individualidade,
não da Sadia,
mas da bem barata,
egoísta e ordinária.
Despeje tudo em uma carcaça:
descartável,
sarada,
bronzeada,
assexuada,
sem pelos (isso é muito importante),
com
1 olho de vidro,
1 ouvido meio surdo
e uma boca maldita.
Para enfeitar o cocuruto:
1 cérebro eletrônico
e fios de cabelos bem lisos, coloridos.
Por fim:
para azeitar as veias, sangue azul ou de barata.
Isso tudo em sinergia,
após congelado na mais baixa temperatura,
resulta no que chamamos, hoje,
Moderna Criatura:
fina mistura para uma vida de gastura!
Isabela Resende
Interessante o poema.
ResponderExcluirSó tenho uma ressalva, mas é opinião pessoal: não gostei do "partidinho" na primeira estrofe.
Para mim ficou fora por ser um diminutivo que não encontra reflexo em mais nenhum outro dentro do poema.
parabéns pela iniciativa do blog.
estarei acompanhando.
Beijo no coração.
S. Quimas
Isabela,
ResponderExcluirvocê trata com a devida ironia e o devido sarcasmo a máscara do ser humano que deixou sua essência para viver as futilidades da vida, descartáveis....na busca...de que mesmo? infelizmente nos perdemos no meio da receita...
show! Parabéns