Gosto de ser e de estar
E quero me dedicar a criar confusões de prosódia
E uma profusão de paródias
Que encurtem dores
E furtem cores como camaleões
Gosto do Pessoa na pessoa
Da rosa no Rosa
E sei que a poesia está para a prosa
Assim como o amor está para a amizade
(Caetano)

sábado, 8 de maio de 2010

O vácuo ululante de muitos

Contemplo meu lado obscuro
e percebo que, além de hermético,
é surdo.

Vou um pouco mais profundo
e noto também:
ele é mudo.

Aprofundo-me nesse mundo,
aos olhos de muitos, escuso,
e aventuro-me injetar nesse vácuo
uma insuficiência de tudo.

Por não conseguir despontar, concluo:
não é somente conteúdo
o urgente adubo desse reduto, mas
sonhos,
espera,
contentamento com pouco,
o simples duradouro,
aquilo que não se esgota em si próprio.

Volto, assim, ao meu lugar de aspirante,
sabedora, pois, do que é este ponto.

Na busca contínua, prossigo,
procurando obter, pelo menos um tanto,
que já será muito,
do que careço para sair do recinto
onde, há séculos,
encontro-me aflito.

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Isabela Resende