Gosto de ser e de estar
E quero me dedicar a criar confusões de prosódia
E uma profusão de paródias
Que encurtem dores
E furtem cores como camaleões
Gosto do Pessoa na pessoa
Da rosa no Rosa
E sei que a poesia está para a prosa
Assim como o amor está para a amizade
(Caetano)

sexta-feira, 21 de maio de 2010

O silêncio do poeta

Homenagem a Welington Magno, poeta mineiro, das Gerais, isso aí!
Gente de minha terra querida, meu berço, minha raiz.
http://recantodasletras.uol.com.br/autores/montanha

Quando o poeta silencia seu canto
é porque em breve
uma estrela a mais
abrolhará no céu,
repleta de luz,
esplendor,
ardor
e flamejar!

Quando o poeta repousa em seu leito
põem-se os anjos a trabalhar
e seu interior enfeitar
com feixes de Divina Luz,
pétalas azuis
e profundo vicejar.

Que maior descrição encerrará
o trovador que se refugia para calar
e, quando regressa ao lar,
põe-se a bradar
com tanto sentir,
tamanho silenciar,
que seu interior
ornado de pétalas azuis,
feixes de Divina Luz,
profundo vicejar,
deleita-se a eclodir e vaticinar
mundos além-céu,
universos além-mar...

Só há como a voz dessa alma nomear
Luz do Sol a Reluzir,
Água do Mar a Rebrilhar,
Mais Profundo Olor,
Certeiro Balbuciar.

Palmas
para o Poeta-Mar,
para o Poeta-Luz,
para o Poeta-Dor,
para o Poeta-Cor,
para o Poeta-Amar!

Ovacionemos, pois,
esse tartamudear!
Esse som que nos faz calar!
Esse brilho que nos acomete
tão afável lacrimejar!

Sinto o poeta em mim,
em ti,
em nós,
em tudo
poetizar!

Eis o verbo certeiro
para incidir em cheio
o universo,
o altar dos cegos,
surdos, calados...

Oh, Mundo dos versos
e de muitos outros cursos
tão bem postos,
descritos,
propostos!

Profundo orbe submerso
em clamor errante!
Gozo pleno e profundo
de um calar arfante,
regozijante, taciturno,
gatuno, rutilante!

Bravo,
Poeta-Mar,
Poeta-Luz,
Poeta-Dor,
Poeta-Cor,
Poeta-Amar
e todo esse tartamudear!

Teu ente respinga em mim
e de mim não quer se apartar.
A não ser que Deus permita,
nesta ou noutra vida,
transcender em teu calar
e, assim,
una a ti embalar,
rumo a Estrela-Mor,
só,
sem dó,
alma alada no Parnaso,
atenuada,
subalterna.

Minha benção, poeta!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigada por sua postagem!
Um beijo carinhoso,
Isabela Resende