Gosto de ser e de estar
E quero me dedicar a criar confusões de prosódia
E uma profusão de paródias
Que encurtem dores
E furtem cores como camaleões
Gosto do Pessoa na pessoa
Da rosa no Rosa
E sei que a poesia está para a prosa
Assim como o amor está para a amizade
(Caetano)

sábado, 17 de abril de 2010

O muro que há entre nós

Sem dúvida, há um agigantado muro entre nós.
Tumultuosa
imponente
estremecida
borbulhosa
comovida
muralha entre nós.

Incalculável divisória há muito tempo invencível,
incansável obstáculo instransponível,
certamente, indomável, irredutível...
Indubitavelmente irremovível.

Há como vencer:
o invencível,
o inabalável,
o intocável,
o incrível,
a não ser crendo que é possível?!?

Esperanças se vão
baldadas,
improfícuas...

Desatinado, então, ponderar
que o tempo deitará abaixo
um legado de longas estações de
dores
amores
horrores
calores
temores
cores
tremores
louvores...

Que muro é este, meu Deus,
que lá está
tumultuoso
estremecido
borbulhoso
comovido...
mas...
resistente entre nós?!?

Amargura sem fim...
Concreta
acimentada
petrificada
agonizante
consternação em mim.
Inquebrantável argamassa,
resistente armadura,
potente mureta 
que outrora fora sonho de candura!

Isabela Resende

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigada por sua postagem!
Um beijo carinhoso,
Isabela Resende