Gosto de ser e de estar
E quero me dedicar a criar confusões de prosódia
E uma profusão de paródias
Que encurtem dores
E furtem cores como camaleões
Gosto do Pessoa na pessoa
Da rosa no Rosa
E sei que a poesia está para a prosa
Assim como o amor está para a amizade
(Caetano)

sábado, 17 de abril de 2010

Não passo de uma “sofista de merda”, pois:

Nem sempre sinto a profundidade de um poema como experimento a dor;
Nem sempre a amargura do outro é a minha própria;
Sou covarde, vaidosa, 
tive medo de ficar só,
do que poderiam pensar de mim,
de não me aceitarem como sou,
de não ser feliz sozinha...

Tenho desejos, busco prazeres;
Não acredito tanto mais no amor,
mas ainda gosto de ler e escrever sobre ele,
a dor, a nostalgia...

Já me achei diferente por ter uma voz;
usei roupas estranhas para me sentir parte do grupo;
achei-me esperta por ter feito curso "superior"...

Almejo conquistar bens materiais,
aprender a dirigir, estudar o que ainda não consegui...

Por essas e outras, realmente não dá para crer que eu sinta
pena dos doentes, esfomeados, favelados,
desabrigados, prisioneiros, refugiados...

De fato, não é possível crer na minha dor humana,
no meu diálogo superficial,
em minha retórica aborrecível...
em meu pensamento “além”...

Mas uma certeza me conforta:
somos iguais na desventura,
na imperfeição, na desumanização,
naquilo que se arreda de nós,
inclusive urina, fezes, suor, orgasmo...

Isabela Resende

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Isabela Resende