Gosto de ser e de estar
E quero me dedicar a criar confusões de prosódia
E uma profusão de paródias
Que encurtem dores
E furtem cores como camaleões
Gosto do Pessoa na pessoa
Da rosa no Rosa
E sei que a poesia está para a prosa
Assim como o amor está para a amizade
(Caetano)

sábado, 5 de junho de 2010


Ar gélido,
pensamentos indigestos,
baixa pulsação...

Cigarro aceso,
café preto.

Tela em negro,
papel em branco,
ansiedade inquietante,
solidão cortante,
amigos por perto...

Amor indefinido,
talento malacafento,
obrigações pendentes
e o maior dos pesos:
os afazeres.

Cigarro aceso,
café frio.

Chuva chorosa,
voz do vizinho,
vista tenebrosa,
rumores ensandecidos...

Choro contido,
deveres descumpridos,
norte vencido...

Cigarro aceso,
café negríssimo.

Prenúncio de domingo,
exaustão já embutida
por pensar que logo, logo
recomeça mais uma lida.

Ordem na cachola,
minha querida!
Não há tempo pra demora!
Jaz bem-vindos os quase trinta
e ainda encontra-se decaída?

Arriba!
Não se espera despedida.
Dispa-se, nesse instante,
de toda e qualquer ferida.
O tempo urge...
Não espera teu sinal de partida!

Decida-se agora,
ou aguarde outra vida!

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Isabela Resende