Gosto de ser e de estar
E quero me dedicar a criar confusões de prosódia
E uma profusão de paródias
Que encurtem dores
E furtem cores como camaleões
Gosto do Pessoa na pessoa
Da rosa no Rosa
E sei que a poesia está para a prosa
Assim como o amor está para a amizade
(Caetano)

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Faltou, sim, conjugar


Faltou, sim, conjugar
O mais complexo dos verbos:
Amar.

Eu amo
Tu amas
Ele ama

Nós amamos
Vós amais
Eles amam

Eu amo.
Tu amas?
Ele ama.
Ela ama.

Nós amamos.
Vós amais?
Eles amam.
Elas também.

Eu amo.
Tu não amas,
Mas ele, sim,
E ela quis amar
Não pode, contudo, na ideia embarcar,
Pois o julgo imperou em seu lugar.

Uma chama queria inflamar
Um mundo que almejava rebentar
Para em gozo se permitir deliciar
E completar aquele ardente lugar.

Fingiremos, pois, que amamos
Para podereis também amar,
Pois com exemplo se consegue lugar
Para com crédito fiado levar.

Se a vitória estiver em conquistar
O amor em teu cerne e cravar
Que o mundo ame, sim,
Sem fim a rumar,
Para que haja um doce lugar
Onde todos possam entrar
Para de carne e pão se fartar
E almas conseguir transformar.

Assim, multiplicar-se-á
O maior dos antídotos que há:
O amor, o amar
Além do céu,
Além do mar!

Isabela Resende

2 comentários:

  1. Você conjugou muito bem o verbo amar. Penso que o amor é um tipo especial de ar que respiramos. É um sinal de vida. Tristemente fico imaginando uma pessoa que não ama. Esta pessoa não existe. O que ela chama de vida é um ato vegetativo. Portanto vamos amar para encontrar a felicidade, mesmo que seja por alguns instantes. A sua visita (no Recanto das Letras) foi muito importante para mim. Obrigado!

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  2. Gostei muito das suas palavras. Um encanto!

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Obrigada por sua postagem!
Um beijo carinhoso,
Isabela Resende