A saudade é um sentimento
cretino, e envelhecer se torna um tanto penoso também por causa dela, pois nos faz
reconhecer um campo vasto de poesias arraigadas tão profundamente na alma que
acabamos por enxergar em muitas coisas lirismos que nunca existiram no passado
relembrado. Assim, na velhice, nossa lista de dores ganha o item mais sofrido
de todos, por ser o único que não pode ser curado com medicação concreta.
Mas coitada da vida se
não fosse este adereço denominado “poesia”, aflorado por letras, melodias, saudades,
fotografias! Esse lirismo modifica cores, cheiros, vibrações, e, por causa dele,
somos motivados a querer continuar prosseguindo ou voltar e caminhar tudo de
novo, pelas mesmas estradas ou por rumos diferentes.