Porque Zazá estava feliz, queria
somar e multiplicar o sentimento antes de dividi-lo, para dar certinho para
todo mundo que merecesse. Mas, como não surgiu ninguém, o que era para ser bom perdeu
a validade: transformou-se em solidão por não ter sido compartilhado no momento
certo; foi-se apagando, fincando cinza, preto, pretinho, virou pó.
Na verdade, ela era toda coração
(este que vos fala), mas descobriu que tudo demais sobra, e o que sobra deixa
de ter o efeito visado. Não soube dar a volta por cima e se enterrou para dosar
o exagero.
Nas profundezas, aprendeu que as
oportunidades têm prazo de validade, assim como a beleza, a pureza e algumas
amizades. Então, decidiu viver cada momento como se deve: sem preocupação com
qualquer coisa que dependa do futuro.
Confesso que estou otimista com a
saga de Zazá, pois, embora seja medrosa e indecisa, ela é ousada e perseverante. Apenas
EU sei ler cada cantinho dela e compreendo, pois, que potencial não lhe falta
para o sucesso. Esforçar-me-ei para mostrar este lado que ela desconhece. Contudo, teimosia
lhe sobra e é o que me impede de dar garantias.
É esperar para ver!