Sentada, à espera de alguma coisa, assistindo ao teatro da vida, uma pergunta surge:
“Por que, como e para que tudo existe?”.
A resposta ressoa com um pouco
de paz e, ao mesmo tempo, de vazio:
“Porque alguém quis fazer, da
forma como pretendeu, com a finalidade pura e simples de desfrutar, tudo o que
há”.
Então, carros passando, pessoas transitando, sentimentos, finalidades ganham uma leitura
pessoal:
“Tudo não passa de brincadeira. Para que, portanto, sermos forçados a cair na realidade e
experimentar o lado mais frio de tudo se tudo tem a finalidade pura e simples de
satisfazer caprichos?”.
E as culpas diminuem...
Os medos desaparecem...
A rigidez dá lugar ao riso...
A leveza, enfim, paira!
Quem armou tudo isso é um tremendo sacana; o mundo é seu parque e nós, suas marionetes.
Os universos são cenários de um
único dono, e as atuações em cartaz são para ele, sozinho, assistir. Nada é
nosso, nem nós mesmos.
Sem utilidade, a vida ganha vida...
As dores cessam...
As prisões se diluem...
Uma única responsabilidade
passa, então, a reinar: aceitar, sem pestanejar.
Isabela Resende