Gosto de ser e de estar
E quero me dedicar a criar confusões de prosódia
E uma profusão de paródias
Que encurtem dores
E furtem cores como camaleões
Gosto do Pessoa na pessoa
Da rosa no Rosa
E sei que a poesia está para a prosa
Assim como o amor está para a amizade
(Caetano)

sexta-feira, 25 de maio de 2012

O Teatro


Sentada, à espera de alguma coisa, assistindo ao teatro da vida, uma pergunta surge:

“Por que, como e para que tudo existe?”.

A resposta ressoa com um pouco de paz e, ao mesmo tempo, de vazio:

“Porque alguém quis fazer, da forma como pretendeu, com a finalidade pura e simples de desfrutar, tudo o que há”.

Então, carros passando, pessoas transitando, sentimentos, finalidades ganham uma leitura pessoal:

“Tudo não passa de brincadeira. Para que, portanto, sermos forçados a cair na realidade e experimentar o lado mais frio de tudo se tudo tem a finalidade pura e simples de satisfazer caprichos?”.

E as culpas diminuem...

Os medos desaparecem...

A rigidez dá lugar ao riso...

A leveza, enfim, paira!

Quem armou tudo isso é um tremendo sacana; o mundo é seu parque e nós, suas marionetes.

Os universos são cenários de um único dono, e as atuações em cartaz são para ele, sozinho, assistir. Nada é nosso, nem nós mesmos.

Sem utilidade, a vida ganha vida...

As dores cessam...

As prisões se diluem...

Uma única responsabilidade passa, então, a reinar: aceitar, sem pestanejar.

Isabela Resende